Hoje, dia 04 de Setembro de 2014, comemora -se o Dia Mundial da Saúde Sexual. Essa é uma data que, para os leigos pode parecer pouco importante, mas se encontra em um contexto bem mais interessante, importante e complexo.
Uma grande luta dos sexólogos e profissionais da saúde que trabalham com a sexualidade é para diminuir os problemas ligados ao sexo e à saúde, como a transmissão de doenças, disfunções sexuais e sofrimento por falta de educação sexual e por consequência falta de informação adequada. Isso mesmo! Falta de informação ainda permeia a questão sexual. Você sabia que tem direito ao prazer? Que tem direito à liberdade sexual?
Você sabia que existe uma Declaração dos Direitos Sexuais?
Leia a declaração completa aqui. http://www.worldsexology.org/resources/declaration-of-sexual-rights/
A maneira como lidamos com a sexualidade ainda não leva em consideração a saúde e o bem estar. Já o prazer quase nunca é o mais importante. Ainda focamos nossas atitudes sexuais na performance e no desempenho. E esquecemos de que bem estar o maior objetivo.
O que a maioria das pessoas não sabe é que existe uma questão muito bem estruturada pela Associação Mundial para Saúde Sexual – a WAS (World Association for Sexual Health) acerca do bem estar e dos direitos sexuais. Temos hoje no mundo, com o apoio e o mesmo peso dos Direitos Humanos, os Direitos Sexuais e o que queremos é que as pessoas enxerguem a sexualidade também pelo âmbito da saúde. A WAS instruiu então, que os profissionais da saúde que trabalham com a sexualidade promovam ações hoje acerca do seguinte slogan:
SAÚDE SEXUAL: O BEM-ESTAR DA SEXUALIDADE
Com esse tema, o que se pretende focar é na definição de saúde sexual alcançada pela OMS – Organização Mundial de Saúde em 2002:
A saúde sexual é um estado de bem-estar físico, emocional, mental e social em relação à sexualidade; não é apenas a ausência de doença, disfunção ou enfermidade. A saúde sexual requer um aproach positivo e respeitoso à sexualidade e relações sexuais, bem como a possibilidade de ter experiências sexuais prazerosas e seguras, livres de coerção, discriminação e violência. Para a saúde sexual deve ser alcançada e mantida e os direitos sexuais de todas as pessoas devem ser respeitados, protegidos e cumpridos.
A Clínica Sexestima acredita que o sexo e a saúde sexual são a mesma coisa, sem fazer distinção. Se não houver saúde, é muito provável que o sexo não será o mesmo, não proporcionará tanto prazer, seja por aspectos físicos ou emocionais. O sexólogo Rodrigo Torres é Master em Sexologia e Saúde Sexual pela Universidade de Barcelona.
http://www.diamundialsaludsexual.org/
http://www.worldsexology.org/september-4th-is-world-sexual-health-day/
Declaração dos Direitos Sexuais em português.
A sexualidade é uma parte integral da personalidade de todo ser humano. O desenvolvimento total depende da satisfação de necessidades humanas básicas tais quais desejo de contato, intimidade, expressão emocional, prazer, carinho e amor. Sexualidade é construída através da interação entre as estruturas individuais e sociais. O total desenvolvimento da sexualidade é essencial para o individual, interpessoal e social bem-estar.
Os direitos sexuais são direitos humanos universais baseados na liberdade inerente, dignidade e igualdade de todos os seres humanos. Vez que a saúde é um direito fundamental do ser humano, assim deve ser a saúde sexual um direito humano básico. A fim de assegurar que os seres humanos ea sociedade desenvolva uma sexualidade saudável, os seguintes direitos sexuais devem ser reconhecidos, promovidos, respeitados e defendidos por todas sociedades de todas as maneiras. Saúde sexual é o resultado de um ambiente que reconhece, respeita e exercita estes direitos sexuais.
1 O Direito À Liberdade Sexual.
A liberdade sexual diz respeito à possibilidade dos indivíduos em expressar seu potencial sexual. No entanto, isso exclui a formas de coerção, exploração e abuso em qualquer época ou situações de vida.
2 O Direito À Autonomia Sexual, Integridade Sexual E À Segurança Do Corpo Sexual.
Este direito envolve a habilidade de tomar decisões autônomas sobre a própria vida sexual num contexto de suas próprias éticas pessoal e social. Também inclui o controle e o prazer de nossos corpos livres de tortura, mutilação e violência de qualquer tipo.
3 O Direito À Privacidade Sexual.
Trata-se do direito para decisões e comportamentos sobre intimidades individuais, desde que não interfiram nos direitos sexuais dos outros.
4 O Direito À Igualdade Sexual.
Refere-se a liberdade de todas as formas de discriminação, independentemente do sexo, gênero, orientação sexual, idade, raça, classe social, religião ou deficiência física e emocional.
5 O Direito Ao Prazer Sexual.
O prazer sexual, incluindo auto-erotismo, é uma fonte de bem estar físico, psicológico, intelectual e espiritual.
6 O Direito De Expressão Sexual Emocional.
A expressão sexual é mais que um prazer erótico ou atos sexuais. As pessoas têm o direito de expressar a sexualidade através da comunicação, toques, expressão emocional e amor.
7 O Direito À Livre Associação Sexual.
Isso significa a possibilidade de casamento ou não, ao divórcio, e ao estabelecimento de outros tipos de associações sexuais responsáveis.
8 O Direito Às Escolhas Reprodutivas Livres E Responsáveis.
É o direito de decidir se querem ou não ter filhos, o número e o espaçamento dos filhos e o direito de acesso total aos métodos de regulação da fertilidade.
9 O Direito À Informação Sexual Baseada No Conhecimento Científico.
Esse direito implica que a informação sexual deve ser gerada através do processo de investigação sem restrições e ainda cientificamente ético e disseminado em formas apropriadas e a todos os níveis sociais.
10 O Direito À Educação Sexual Abrangente.
Este é um processo ao longo da vida, desde o nascimento, pela vida afora e deveria envolver todas as instituições sociais.
11 O Direito À Saúde Sexual.
Os cuidados com saúde sexual deveriam estar disponíveis para a prevenção e tratamento de todos os problemas sexuais, preocupações e desordens.
Direitos sexuais são fundamentais e os direitos humanos universais.
Adotada em Hong Kong, no 14 º Congresso Mundial de Sexologia, 26 de agosto de 1999