Casamento é a relação estabelecida por duas pessoas, independente do gênero (masculino ou feminino) e da formalização de papel assinado, que se elegem como parceiros para uma vida em comum. O homem é um ser gregário e tende a viver em grupos. É inerente à ele a necessidade de ter companhia, de se sentir acolhido. Ter companhia pode ser indispensável para a própria sobrevivência, além de ser importante para se dividir tarefas entre outras coisas. Na formação de grupos o ser humano busca oferecer e receber proteção.
Antigamente as pessoas se casavam em nome de algo, filhos, família, patrimônio. Era um contrato comercial entre as famílias conforme interesses econômicos ou políticos. Com o passar do tempo os casamentos começaram a acontecer por opção e tornaram-se um compromisso afetivo. O que não deixa de ser um contrato em si. Um contrato emocional/afetivo com cláusulas de expectativas e promessas que o casal estabelece entre eles. Ao decidirem viver juntos, o casal decide se apoiar reciprocamente em todas as circunstâncias, em todos os momentos. E na realidade, sabemos que não é bem assim. Ninguém consegue corresponder às expectativas do outro o tempo todo e isso acaba gerando muita angustia e frustração.
A sociedade não no preparou para o casamento, na verdade ela só nos disse que ele é necessário, essencial. Casar gera status no grupo de referência, é “normal” se casar. O que acontece é que geralmente temos pouquíssimas habilidades para vivermos a dois e o casamento muda muito a vida de cada um. A união de duas pessoas, de identidades distintas que criarão uma identidade conjugal (identidade comum a ambos) é um desafio e construir a conjugalidade, é vivenciar a parceria e as diferenças com tolerância e em graus razoáveis. Por exemplo, se as diferenças forem muito grandes vão dificultar ou impedir a construção da conjugalidade. Uma boa dica para construí-la é exercer o espirito de parceria e não de confronto, de embate. Existem casais que brigam por qualquer coisa, simplesmente para ter razão, para disputar poder. É uma eterna competição. Esses jamais construirão a conjugalidade. Isso não quer dizer que o casal não possa brigar, diferença não significa divergência. Deve haver um respeito das diferenças, das imaturidades pois na conjugalidade, isso significa estimulo e crescimento para relação. Uma outra dica é o comprometimento dos parceiros para o bem estar próprio e do outro, um cuidado e carinho com o parceiro, levando em consideração o que é importante para o outro. É dividir o prazer e as responsabilidades de um relacionamento, é ter consciência daquilo que os une, valores, ideias, sentimentos, dando um olhar positivo a tudo isso. Para vivê-la é necessário ter disponibilidade para a vida a dois sem perder a identidade individual, estabelecendo limites e viver a conjugalidade, é construí-la incansavelmente!
É uma obra inacabada, uma planta a ser molhada todos os dias. Não existe a medida certa, ou uma formula pronta, é necessário que se tenha consciência da necessidade de construí-la e que isso requer esforços e muito investimento.
Texto Mônica Santos – Psicóloga e Terapeuta de Casal