Diferente do que muitas pessoas acreditam, sexo não é sinônimo de penetração! Parte deste entendimento errôneo se dá pelo raro acesso a uma educação sexual de qualidade, que nos ensine sobre prazer e envolvimento.
Geralmente, o aprendizado sobre sexualidade é prático, se resumindo à abordagem reprodutiva e ao risco de contração de doenças.
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Neste cenário, a indústria pornográfica infelizmente torna-se referência e acaba por reforçar o estigma misógino do sexo, em que o grande protagonista é o pênis ereto, que deve penetrar na vagina até o grande desfecho final, que seria sempre o orgasmo.
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O estereótipo, porém, pouco traduz do que acontece na prática: primeiro porque uma relação de cunho sexual pode ocorrer até mesmo sem contato físico entre duas pessoas; segundo, porque o prazer não se resume ao vai-e-vem do pênis dentro da vagina (e muitas vezes o orgasmo da mulher nem está relacionado a isso); terceiro, porque o sexo não precisa se limitar ao orgasmo.
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O sexo é composto por inúmeras etapas e estímulos que abrem um leque de possibilidades para experimentar o prazer com todo o corpo e não somente nas regiões genitais.
A penetração faz parte do sexo, mas não o define! A mulher, por exemplo, possui um órgão exclusivo para proporcionar prazer, e ele fica de fora da vagina, podendo ser estimulado de diversas formas, independentemente de penetração.
É importante explorar essas e outras possibilidades, afinal, nossa pele é o maior órgão do corpo, que pode (e deve) ser estimulada como um todo numa relação, o que cabe a homens e mulheres.
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Uma relação sexual focada na penetração ignora as peculiaridades do corpo da mulher, exclui todas as outras possibilidades de excitação do nosso corpo e reduz a dimensão, intensidade e possibilidades de prazer e bem-estar que o sexo nos proporciona.