Uma pesquisa da Confederação do Comércio indica que 60% das famílias brasileiras estão endividadas. O número é alto, e não é apenas o mercado que sente os impactos; muitos casais que se deparam com crises de relacionamento por endividamento, má gestão ou falta de planejamento financeiro.
Nossa cultura ainda se apega a um modelo patriarcal de organização familiar, que atribui ao homem a responsabilidade provedora de uma família. Essa tradição, somada ao consumismo desenfreado e recessão tornou-se uma bomba para muitos casais, que hoje enfrentam, além da dificuldade financeira, problemas no relacionamento e até mesmo a insustentabilidade do casamento. Vemos muitos homens que, diante de dificuldades financeiras, recorreram a empréstimos (muitas vezes sem o consentimento da esposa) para manter despesas ordinárias e até mesmo supérfluas. O que parecia uma solução momentânea torna-se um problema maior no futuro, pois uma hora a conta chega.
Algumas dicas:
– Casais devem ser parceiros, devem somar um com o outro, e para que isso ocorra é fundamental que haja transparência e diálogo sobre quanto se ganha, quanto se gasta e as prioridades da família, para que ambos sejam responsáveis sobre como se utiliza o orçamento familiar.
– Entenda suas motivações. Compras por impulso, omissão sobre dificuldades financeiras, gastos irresponsáveis ou supérfluos… Muitas vezes, a origem desses problemas decorrem de questões psicológicas que podem ser compreendidas e trabalhadas em terapia.
– É preciso poupar! Não gastar mais do que se ganha é o primeiro passo, mas economizar é a base da saúde financeira. Defina objetivos, coloque tudo na ponta do lápis e tenha foco para que o dinheiro que você ganha seja bem utilizado.
A falta de diálogo é origem de grande parte dos conflitos que levam casais aos consultórios de psicologia. E a terapia de casal é importantíssima nesse processo, não apenas para solucionar problemas conjugais, mas também para evitar que eles aconteçam!