Há algum tempo os 30 anos eram marcados pela fase do amadurecimento, o símbolo da passagem do jovem para o adulto. Acontece que pelo fato da expectativa de vida ter aumentado nos últimos tempos essa passagem talvez tenha se deslocado para outro lugar. As mulheres pouco comemoram a fase balzaquiana e homens demoram cada vez mais a sair da casa dos pais.

A realidade é que mesmo com a maturidade, homens e mulheres não recebem educação sexual de qualidade na infância e adolescência e não tem a habilidade de lidar com tais mudanças. A atenção e o tesão do homem ficam seletivos, ou seja, ele não se sente mais excitado diante de qualquer estímulo, mas se sentem obrigado a querer sexo todos os dias e manter a ereção tão rígida quanto quando tinham 18 anos. Essas necessidades acabam por transformar o prazer em obrigação. Outro dia ouvi a frase: “Se eu não comparecer quando minha mulher quiser sexo ela buscará em outro lugar”. Pode até ser que ela busque se a qualidade do sexo for ruim ou se não houver sexo nenhum, mas a responsabilidade de sair da monotonia e de manter a chama acesa é de ambos.
Já as mulheres continuam sem se conhecer, não se masturbam, pouco entendem as mudanças no corpo e no metabolismo e querem viver o casamento, os filhos e o sexo como se tivessem a disposição de 18 anos. Estão acostumadas a fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo e continuam achando que se o marido perdeu a ereção, ou não a ama mais, ou tem outra. Também se cobram demasiadamente em satisfazer o parceiro e a ter desejo sexual espontâneo como ele. Mas como ter desejo por sexo se todo o resto vai mal? Sempre transamos no mesmo lugar, do mesmo jeito, o beijo de língua só acontece na hora do sexo, não tem um clima erótico no ar, meu parceiro não dedica tempo para me excitar e eu tenho que chegar ao orgasmo em todas as vezes que ocorre a penetração! É muita rotina e obrigação para uma mulher madura…

Escrito por Rodrigo Torres



